terça-feira, 18 de dezembro de 2018

O furacão, que os alíseos não favorecem


É sempre interessante ler os colunistas do «Expresso», que mais próximos se apresentam das direitas ideológicas, quanto mais não seja por quanto dão conta das suas ilusões.
Esta noite Martim Silva veio manifestar a esperança de estar a verificar-se uma travagem significativa no crescimento da economia chinesa que, qual borboleta a bater asas em Pequim, provocará violento furação na Península Ibérica, impedindo António Costa de ganhar as legislativas de outubro de 2019.
Perante a previsível derrota, que todas as sondagens e maioria dos comentadores dão como certa, há quem não se preocupe propriamente em conjeturar políticas alternativas, que possam revelar-se mais auspiciosas do que as do atual governo, mas em esperar pela vinda do tal Godot (ou Diabo), sempre avesso a mostrar-se presente.
Este outono vai-se despedindo legando um inverno que promete ser de constante descontentamento para as direitas. O Ventura de Loures queixa-se de já nem frequentar os supermercados, tão intimidado se sente por quem o olha tal qual é. Cristas vai andando de estrada em estrada, de ponte em ponte, acompanhada de uns quantos entristecidos otários, cientes de não vislumbrarem ressarcimento para o seu reiterado arrivismo. Rio vive acossado nos sítios onde vai sendo tolerado, mas atento às rasteiras, que os diletos companheiros lhe vão estendendo à espera que tombe de vez. E que será feito de Santana Lopes? Ou dos cinco estarolas do Bombarral, que compraram coletes amarelos e pensaram que iriam parar o país?
No meio de tudo isto só se pode considerar desnecessário o pedido de desculpa de Marta Temido aos enfermeiros por lhes ter chamado aquilo que, segundo a confissão da acavacada bastonária, eles reconhecem ser. Mas a ministra já mostrou determinação e talento para não se deixar intimidar por quem tão desprezível se revela. Há classes profissionais, que vão perdendo o respeito da maioria dos portugueses...

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