Embora não tenha a relevância mediática, que muitos dos seus colegas jornalistas conseguem usufruir - muitos deles por se colocarem caninamente ao serviço de quem lhes paga o ordenado! - Valdemar Cruz é um dos que leio com maior interesse e de cujos textos colho maior satisfação.
Na «Expresso Curto» desta manhã ele coloca em paralelo três muros, que constituem um dos assuntos mais pertinentes da atualidade e quase são ignorados nos telejornais quotidianos, mais interessados nos de lana caprina, hoje aparentemente muito importantes, mas dos quais já ninguém se lembra passada uma ou duas semanas.
Os três muros realçados por Valdemar Cruz são os que se ergueram na Palestina, o que tem forma marinha no Mediterrâneo e o que Trump quer mandar construir na fronteira com o México. Todos eles significam um número ininterrupto de vítimas entre os que ansiavam por vida menos amargurada e acabam mortos pelas balas dos opressores, pelo afundamento das suas precárias embarcações ou de desidratação e exaustão.
Netanyahu, Salvini ou o pato bravo de Queens são os rostos dos que insistem nos muros e ameias, que Zeca Afonso desejava ver derrubados num dos mais belos temas, que compôs e interpretou. Porque desejava a “Cidade do Homem, não do lobo, mas irmão, Capital da Alegria “. Aquela que, tida como utópica, concita os anseios de muitos de nós, realistas que somos a pedir os impossíveis.
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