Do que se vai lendo por prosas alheias avulta a opinião de Joaquim Vassalo de Abreu, que comentou a recente preocupação de Marcelo Rebelo de Sousa com o descalabro a que chegou a nossa imprensa, que a generalidade dos consumidores tem desaprovado como se depreende da contínua perda de leitores, ouvintes ou telespectadores.
Quando ouvi a alocução presidencial questionei-me: será que ele está a sugerir que se subsidie o «Correio da Manhã»? Ou o «Observador» Ou qualquer daqueles meios de comunicação social que Vassalo de Abreu diz, muito justamente, terem-se transformado “num vazadouro de lavadura e numa imensa pocilga”?
Ora o autor da frase questiona Marcelo por só o preocupar as situação financeira dos jornais, rádios e televisões, quando melhor faria em se inquietar com os respetivos conteúdos, razão de sobra para o desinteresse dos tais leitores, ouvintes ou espectadores, que arrastariam atrás de si o mercado publicitário.
A solução é outra e, infelizmente, tarda: seria necessário um amplo movimento nacional de crowdfunding, com milhares de consumidores de informação (nós todos, afinal!) a decidirem ser acionistas de um novo grupo empresarial de imprensa com os princípios, que estiveram, na origem de «O Jornal» em maio de 1975 e resistiu durante dezassete anos. Com jornalistas sérios e competentes e a preocupação de criar uma informação de esquerda de acordo com a maioria sociológica consecutivamente demonstrada em sucessivos atos eleitorais.
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