terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Greves, brexitices e macronices


1. Segundo os jornais estão previstas 47 greves e outras formas de luta até ao fim-do-ano. Forças sindicais e o inevitável Jaime Marta Soares andam dispostos a denegrir o governo tanto quanto possam. As primeiras em nome de uma agenda política escondida ou por uma miopia, que as faz ver a árvore, mas sem divisarem a floresta. O antigo cacique de Poiares e do Sporting, porque os negócios dos bombeiros voluntários são apetecíveis e importa vedar o seu escrutínio a quem os acaba por subsidiar. Até já há quem convoque réplicas dos coletes amarelos gauleses como se existisse descontentamento bastante para aglutinar uns quantos papalvos.
O que se vai sentindo é, ao invés, uma antipatia crescente da maioria dos portugueses por certas classes profissionais, que andam a ser manipuladas por essa gente sem escrúpulos. Enfermeiros, professores ou bombeiros não têm por estes dias um particular capital de simpatia junto dos cidadãos, que se escusam a financiar-lhes com os seus impostos as as absurdas reivindicações. Tanto quanto se constata da indiferença do governo pela sua equívoca militância, estão condenados a progressiva fadiga no seu esforço, tão inconsequentes têm sido os seus inaceitáveis protestos...
2. Theresa May está prestes a atirar a toalha ao tapete, incapaz de retirar da decrépita cartola um truque de magia, que satisfizesse a ambição de se equiparar a Margaret Thatcher. Tal como Churchill aventara, os piores inimigos estão atrás de si não faltando arrivistas dispostos a tudo por alcançarem o seu cargo. E existe um ruidoso coro a levantar a voz em prol de um novo referendo, que deixe tudo como estava, antes de David Cameron cometer o inesperado hara-kiri. 
Para os britânicos o voto de contrição poderá vir demasiado tarde, porque não falta quem na Europa recorde os resmungos permanentes dos seus líderes desde que aderiram à então CEE e suspire de alívio por os ver pelas costas. Tanto quanto possível enfrentando um intransitável caminho de pedras...
3. Emmanuel Macron também recuou, mas pisando terreno mais sólido. Se existirão muitos descontentes a quererem prosseguir com a contestação em nome das expetativas, que terão criado nestas semanas de caos, a maioria está cansada e desejosa de regressar ao recato caseiro. Mas o presidente, e o governo que a ele reporta, receberam sério aviso: se insistirem em agravar as desigualdades sociais, o próximo levantamento popular será ainda pior. No entretanto bem podem os socialistas rever estratégias para recuperarem do fundo do poço em que caíram por culpa de Hollande, de Valls e de Macron: por estes dias uma sondagem creditava-os apenas com 3% se fossem agora convocadas eleições...

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