terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Três factos inequívocos


Apoiante da revisão do Serviço Nacional de Saúde, de acordo com as recentes propostas dos entretanto falecidos António Arnaut e João Semedo, o deputado Pedro Filipe Soares lista hoje, na crónica do «Público», três factos por ele apresentados, que ninguém poderá contestar:
 - que foi em 1990, sob o governo de Cavaco Silva, que o PSD e o CDS atacaram mais incisivamente o direito dos portugueses à saúde para dela fazerem oportunidade para o saque dos interesses privados. Foi a Lei de Bases então aprovada, que estipulou a obrigação do “desenvolvimento do setor privado de prestação de cuidados de saúde (...) em concorrência com o setor público”. Como esclarece o colunista “com esta alteração, o SNS já não servia apenas para garantir cuidados de saúde às pessoas, tinha a obrigação de ajudar ao estabelecimento dos privados.”
 - as consequências desse favorecimento dos interesses privados estão hoje bem evidenciados nos números: “atualmente, quase 40% do orçamento anual é desviado para os privados, 500 milhões de euros só para as parcerias público-privadas (PPP). Uma enorme sangria de recursos públicos.” Ou seja, quando Rio ou Cristas criticam o insuficiente investimento público nos hospitais e nas clínicas do Estado, não só se esquecem dos cortes implementados pelo governo anterior, como, sobretudo, não fazem o devido mea culpa por serem os culpados da transferência para os privados dos dinheiros, que tanta falta fazem ao setor público.
 - que, em coerência com o que sempre pensou, e com as suas ações em conformidade, Marcelo é um dos principais obstáculos para que o SNS seja o que deva ser.

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