Pouco se voltou a falar do sucedido na península siberiana de Yamal , onde, em setembro de 2016, se detetou um surto de antraz, que obrigou ao abate de um quarto de milhão de renas. A culpa foi do aquecimento global, que descongelou as camadas superficiais da tundra e libertou bactérias nelas hibernadas há milhões de anos.
Mais do que a epidemia em si, rapidamente contida, ela alertou para os riscos futuros inerentes à liquidificação das camadas mais profundas do permafrost, donde se libertarão agentes patogénicos desconhecidos para a atmosfera e contra os quais os nossos organismos não estão preparados.
O risco letal de uma situação desse tipo é dos que menos se referenciam, quando se discutem as consequências do aquecimento global. No entretanto as grandes multinacionais do setor do petróleo e do gás natural pretendem silencia-lo, ansiosas por que se abram melhores condições meteorológicas para explorarem intensivamente os enormes recursos escondidos no subsolo do Ártico. Para elas o aquecimento global é música para os ouvidos e deleitam-se com líderes políticos da estirpe de Donald Trump, que lhes serve de eficiente idiota útil.
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