Desconheço se a ação deste fim-de-semana em benefício do Banco Alimentar, e sobretudo dos hipermercados, que viram multiplicar-se os lucros à conta desta ação de «caridadezinha», foi ou não bem sucedida. Nos últimos anos, quando dei alguma atenção aos volumes reivindicados por Isabel Jonet, detetava-se uma quebra sistemática como resultados da sua militância em prol das direitas e da inesquecível boutade sobre o direito dos pobres a comerem ou não bifes.
Confesso que, se nos primeiros anos, ainda fui levado na onda dos que acrescentavam uns quantos produtos alimentares aos carrinhos postos à minha frente pelos escuteiros, nos anos mais recentes escusei-me a esse tipo de «generosidade». Retomara a atitude assumida antes do 25 de abril, quando foi moda a canção sobre brincar à caridadezinha, assassina satiriza àquelas senhoras que, segundo o poema de Gedeão, nunca mais (oh! nunca mais!), e compensavam as íntimas carências cuidando de pobrezinhos.
Não sei se Jonet é senhora de não sei quem, mas de uma qualificação não escapa: é uma descarada mentirosa. Agora para promover o negócio deu uma entrevista em que incentivava às dadivas por alegar existirem muito mais famílias em estado de carência do que anteriormente. (Ai as saudades que tem do governo anterior!).

Que Marcelo tenha aproveitado para aparecer nas televisões a dar-se ares de beatífico apoio a este logro só confirma tudo quanto dele já registámos. Há peditórios para os quais dar o que quer que seja equivale a fazer figura de lorpa...
Sem comentários:
Enviar um comentário