sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Um outono que começa mal para a direita

O outono entrou de mansinho nos nossos dias quando António Costa fazia o seu discurso inicial no debate quinzenal com os deputados.
O novo ciclo agora iniciado promete ser difícil para uma direita sem ideias, que se desnorteia por se ver em queda nas sondagens e por isso mesmo julga legítimo o recurso a todas as armas, mesmo que forjadas na mentira, na deturpação, na manipulação de palavras e indicadores.
No hemiciclo Passos Coelho e Assunção Cristas foram cilindrados por um primeiro-ministro em grande forma, que lembrou a um o quanto tem andado a limpar o lixo por ele deixado no setor bancário e a outra os 500 milhões subtraídos à classe média pelo governo de que ela fizera parte, razão mais do que fundamentada para se tornar risível a sua súbita paixão por quem sujeitou a tratos de polé.
Mas se o panorama se adensa de nuvens carregadas para a direita, tende a azular-se para a esquerda com o cumprimento dos objetivos do défice, a aprovação do novo Orçamento para 2017 e a consolidação do crescimento do emprego, das exportações e do investimento em comparação com o período homólogo do ano passado.
Num dos telejornais um jornalista do «Público» punha em causa a veracidade dos gráficos pelos quais António Costa estilhaçou os três mitos em que a narrativa da direita tem assentado para teimar que o modelo de governação socialista não resulta.  E fazia uma habilidade desonesta do ponto de vista intelectual recusando-se a confirmar a veracidade do que o primeiro-ministro dissera, mas pretendendo contestá-lo comparando os indicadores atuais com os previstos elo governo, quando tomou posse.
É claro que o desvio em relação a esses objetivos mais ambiciosos é motivo de frustração para os socialistas, mas as previsões são isso mesmo: única e simplesmente previsões. Ora António Costa comparava indicadores concretos, e esses, se equiparados aos verificados há um ano atrás, estão inegavelmente melhores.
O discurso catastrofista da direita é uma falácia e, como tal, tende a esboroar-se com o fragor do seu desmentido pela realidade...


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