Na secção «Altos e Baixos» do «Expresso» deste fim-de-semana, Martim Silva coloca José Sócrates no fundo dos fundos, não só por continuar à espera de Godot por tempo mal definido (serão mais cento e oitenta dias, mas podem-se-lhe repetir outros tantos!) e considera «descabelado» o ataque por ele feito a Marcelo.
Eu que considerei perfeitamente legitima a indignação do antigo primeiro-ministro com o evidente sinal de apoio do inquilino de Belém aos frustrados acusadores do DCIAP, fiquei a pensar no porquê do recurso ao adjetivo. É que eu próprio aqui escrevi quanto me parecera elucidativa da verdadeira personalidade do visitante essa cortesia para com tão ambíguos anfitriões.
“Descabelado”, quando se refere a algo que fez todo o sentido? Lembrei, então, a cara do jornalista, que personifica um dos campeões da perspetiva ideológica mais à direita no semanário de Balsemão. Aí entendi tudo: a presumível obsessão de Martim Silva com a sua falta de cabelo inibe-lhe qualquer hipótese de objetividade e começa a ver carecas onde eles menos estão…
É claro que, atendendo às minhas próprias opções capilares - pente 4 por igual em todo o cabelo com regularidade mensal - poderão sempre redarguir-me: «diz o roto ao nu…!»
Mas há que distinguir entre os assumidos carecas (o meu caso) e os que parecem disso fazer um drama! Suspeito que essa é uma das muitas diferenças, que dele me distinguem!
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