1. Num discurso recente Obama insurgia-se contra a normalização das barbaridades de Trump, outrora bastantes para o desqualificarem à partida para o cargo a que pretende concorrer, mas agora aceite como standard pelos jornalistas.
Por cá os jornais e televisões, que pretendem considerar-se como «de referência», põem em causa todos os limites éticos e perante mais uma decisão lamentável da Procuradora da República, põem-se a dar relevância ao autoproclamado saloio por cujas mãos passou a legalização das mais iníquas e ilegítimas estratégias dos que, há muito, andam a trabalhar para o assassinato político e de carácter de um antigo primeiro-ministro.
De pasquins, que se orgulham da sua baixeza, ainda se podem entender as manchetes prontamente desmentidas por quem deles são indefesas vítimas. Mas nos que pretendem sustentar uma falsa imagem de respeitabilidade, não se entende que não enfatizem os tiros dados nos pés pelo suposto superjuiz.
Quer na América, quer em Portugal, a classe dos jornalistas deveria parar um bocadinho para pensar-se, e afinar a sua deontologia. Porque, caso contrário, são os cúmplices ativos dos mais sérios ataques às Democracias.
2. Lembro aqui que a minha antipatia por Durão Barroso é pré-histórica (data de antes da Revolução de Abril!), quando ele já representava tudo o que mais detestava: o oportunismo e a busca de palco, tão inerentes ao arrivista, que se revelaria depois em todo o seu esplendor. Por isso, embora possa parecer politicamente correto, não me agradou nada o pedido de esclarecimento do governo português à Comissão Europeia a propósito da sua alegada «discriminação».
Não nos podemos esquecer que, nestes quarenta anos de Democracia, os líderes políticos mais nocivos, que andaram a coartar-nos o rumo pretendido na direção de um país moderno e desenvolvido, foram precisamente Cavaco Silva, Passos Coelho … e Durão Barroso.
De alguém com tão notória falta de escrúpulos, não se dá qualquer crédito, despreza-se-o, não se lhe dá trela...
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