Fazer um golpe de Estado mediante a aparência de uma enviesada legalidade constitucional terá sido o mais fácil, que Temer, Cunha & Cª concretizaram, obrigando Dilma a sair do cargo para que, ainda há pouco, fora reeleita.
Na sua vaidade o vice arvorado em cabeça-de-cartaz deverá ter gozado momentos de grande satisfação com a cara-metade com idade para ser sua neta. Terá porventura imaginado que as grandes avenidas de Brasília, de São Paulo e do Rio de Janeiro se floririam com multidões a atirar-lhe papelinhos coloridos e, enlevadas, a gritar-lhe o nome.
Afinal o sonho cor-de-rosa não durou sequer um instante: para onde vá, Temer é vaiado e recebido com cartazes a denunciar-lhe a ilegitimidade da sua entronização. Nem sequer na chegada à China se livrou de enfrentar manifestantes a contestá-lo. Por isso já há quem avente a forte possibilidade de ser escorraçado do Palácio do Planalto antes do fim do ano. E bem podem os principais jornais e televisões incentivarem polícias e militares a serem mais violentos com quem protesta, que as partilhas nas redes sociais provam inaceitáveis repressões que estão a custar o lugar a alguns dos principais responsáveis por tais excessos.
A exemplo de outros exemplos históricos em que os detentores das riquezas, quiseram afastar quem as ameaçava, acabando por se ver perante caixas de Pandora impossíveis de voltar a fechar, a realidade política brasileira tende a retomar o seu curso natural antes sequer de dar aos golpistas a possibilidade de se reorganizarem do espaço exíguo em que se descobriram agora ameaçadoramente cercados.
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