domingo, 25 de setembro de 2016

Mexericos e mentiras descaradas

Da edição desta noite do «Eixo do Mal» retiro dois momentos, que me pareceram assaz interessantes para o entendimento dos dias que vão correndo.
O primeiro tem a ver com o Luís Pedro Nunes, cujas opiniões normalmente execro, mas como não há regra sem exceção, deverá ter alguma razão quanto à «coincidência» entre o aperto por que passava Passos Coelho a propósito do livro de mexericos e o chinfrim desencadeado em torno das declarações de Mariana Mortágua.
Havia tanta urgência em apagar o fogo em casa própria, que os incendiários da direita usaram todos os ignidores possíveis na tentativa de disfarçar atenções para o ateado nos vizinhos do outro lado da trincheira.
O segundo tem a ver com Daniel Oliveira, que concluiu estar o CDS muito bem entregue a Assunção Cristas, depois de ver as suas intervenções no debate de quinta-feira Nele viu-a mentir tão ostensivamente em poucos minutos, e tendo a perfeita consciência de o estar a fazer, que se revelou uma digna sucessora de Paulo  Portas. E tratam-se de falsidades destinadas a alimentar uma demagogia tão primária, que é capaz de querer convencer de estar em curso um esbulho fiscal só porque o governo pretende levar o fisco a conhecer quem tem mais do que 50 mil euros nas suas contas bancárias.
Cristas sabe que as pessoas minimamente inteligentes detetam facilmente as suas mentiras e desqualificam-na por tal. Mas ela tem a consciência de nunca vir a conseguir apoio eleitoral por parte dos que têm mais formação acadêmica e competências profissionais, exceto no caso do pequeno núcleo do 1% de privilegiados, que acham muito bem enganarem-se os tolos acenando-lhes com bolos.
Quem Cristas pretende convencer são os que, apesar de miseráveis, continuam a querer fugir de tudo o que cheire a esquerda como o Diabo da cruz e estão decididos a acreditar em todas as mistificações congeminadas em sua atenção. Esperemos que, ao contrário do vislumbrado noutros países europeus onde a extrema-direita vai aumentando a influência, esse radicalismo de direita não encontre apoio bastante para, nas próximas eleições, conseguir número de deputados suficientes para encher um táxi.



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