Bastou um dia para arrasar as previsões do relatório do FMI sobre o défice da economia portuguesa. Aonde o relatório da 4ª avaliação após a suposta «saída limpa» apresenta uma estimativa de 3% para este ano e para o próximo, a realidade dos números efetivos em final de junho aponta para 2,8% e com tendência para prosseguir a tendência de descida. Hoje, e à exceção do senhor Subir Lall, poucos duvidam da capacidade de se chegar ao almejado valor de menos de 2,5% no final de dezembro, algo inatingível em qualquer dos anos de desgovernação de Passos Coelho.
O que se contata no pensamento daquele técnico do FMI é a incapacidade para sair da formatação a que a sua cabeça foi sujeita. Por isso a implementação das 35 horas ou a redução do IVA da restauração custa-lhe tanto como se lhe estivessem a arrancar os dentes.
E não duvidemos do que nos esperaria acaso voltássemos a cair nas garras de tão melíflua instituição: os despedimentos de funcionários públicos e os cortes de salários e pensões seriam aplicados por quem, eventualmente, se diria disposto a ir além do que lhe exigiriam esses «bondosos» agiotas.
É por isso que a maioria das esquerdas não pode falhar: os custos de uma inversão do rumo agora seguido seria trágico para milhões de portugueses, sobretudo os mais desfavorecidos. Porque quanto aos outros, aos que acumulam parte desproporcional da riqueza nacional, sabemos bem como eles sabem bem demais como fazer das crises grandes oportunidades de com elas lucraram.
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