A tese já a ouvira a amigos que a estão a ponderar como exequível: será que quem está habituado a votar no Partido Socialista francês irá optar, desta feita, por Alain Juppé, o candidato da direita mais moderado e comprometido em respeitar algumas das conquistas do Estado Social?
É que teimando Hollande em testar a dimensão da sua impopularidade, e com as esquerdas divididas entre vários candidatos envolvidos em espúrias lutas fratricidas, existe o sério risco de serem Marine Le Pen e Nicolas Sarkozy a passarem à segunda volta nas presidenciais de maio do próximo ano. E, nessa altura, entre a lepra e a peste, que solução resta a essas mesmas esquerdas?
A questão é deixada em aberto no editorial de Matthieu Croissandeau no L’Obs, hoje publicado.
O que se passa em França é terrível para o futuro das esquerdas europeias. Haver dirigentes tão estúpidos, que dão prioridade aos respetivos egos, é algo que se pagará muito caro. Mas é uma demonstração eloquente do que sucede aos socialistas, que têm tanta vergonha em o serem, que tudo fazem para se confundirem com a direita. E não se trata apenas de uma questão de biquíni ou de burkini.
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