Os jornais dão conta que, depois de Israel se segregar dos territórios palestinianos, e dos EUA criarem o muro na fronteira mexicana, que Trump quer aumentar, a Europa Ocidental está a incorrer no mesmo crime contra a humanidade, que os seus parceiros de União mais a leste criaram, quando cuidaram de aramefarpar os acessos de refugiados vindos das ilhas gregas em busca de sobrevivência num espaço, que lhes fora sempre apresentado como exemplar em condições de vida e em respeito pelos direitos humanos.
Anuncia-se, pois, um muro em Calais que, embora em território francês, será pago pelos britânicos, cujo Brexit mais não visou que «purificar» (noutros tempos os nazis chamaram-lhe «arianizar») as ilhas de sua majestade e poupar-lhes o prometido colorido de uma célebre marca de vestuário.
Que fará Guterres se chegar a secretário-geral da ONU que, diz ter constatado nos dez anos na ACNUR, em como se constroem janelas, quando se fecham portas, e se também elas se encerram, não falta quem escave tuneis?
Os muros são a falência dos valores que a Europa empolou com a filosofia iluminista do século XVIII. O que os seus criadores, com o grupo de Visegrado (Hungria, Polónia, Rep. Checa e Eslováquia) à cabeça da contestação dessa tradição, pretendem é o regresso às trevas medievas com os senhores a concentrarem em si todo o poder, convertendo todos os demais em servos da gleba. Por isso falta democracia nesses países. Eles sabem que só em ditadura podem manter-se no ilusório poder, que ainda é o seu.
É um péssimo sintoma que um governo supostamente socialista como o francês os imite...
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