Havendo ainda muitos comentadores da Direita a preverem a improbabilidade de uma maioria absoluta para o Partido Socialista nas próximas legislativas, será de crer que a eleição de António Costa nas Primárias de ontem venha a desmenti-los.
É que se andavam uns populistas a carpirem lágrimas em nome do distanciamento entre eleitores e eleitos, a resposta dos militantes e simpatizantes do PS demonstrou que é tudo uma questão de competência e credibilidade, reduzindo o espaço dos marinhos e pintos à espreita da sua oportunidade!
Como reconheceu marcelo rebelo de sousa, à direita, a eleição de António Costa constitui um pesadelo difícil de enfrentar, porque, já não bastando a erosão de um exercício governativo impopular, tem passos coelho a contas com um passado não tão imaculado quanto pretendera de si vender, e portas irrevogavelmente ligado às invertidas decisões do verão de 2013.
À esquerda do PS o futuro também se anuncia pouco risonho como se constata na má disposição com que Jerónimo de Sousa encarou a mudança deste domingo. Se os seus indefetíveis estarão sempre garantidos, os que se tinham disponibilizado para servir de «compagnons de route» por insatisfação com Seguro, tenderão a deixar o PCP no labirinto da sua incapacidade para negociar políticas progressistas com exequibilidade dentro das atuais circunstâncias históricas.
Quanto ao Bloco, ao Livre e a outros sucedâneos estarão fadados para não escaparem à sua natureza grupuscular, com as lógicas sectárias, que os tendem a segmentar até à irrelevância.
E, no entanto, quanto poderia ganhar o Partido Socialista se alguns dos seus mais capacitados militantes se dispusessem a imitar os do MES que, logo após o 25 de abril de 74, decidiram enriquecê-lo com personalidades tão determinantes quanto vieram a ser Jorge Sampaio ou Ferro Rodrigues.
O 28 de setembro deixou de ser lembrado pela manifestação da maioria silenciosa que, em 1974, procurou infletir o rumo da Democracia em Portugal. O 28 de setembro de 2014 foi o dia da ruidosa maioria, que se prepara para dar substância a uma grande maioria capaz de alimentar o enorme investimento em esperanças que a consubstanciou ao longo destes quatro meses...
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