Se nos pedissem três razões para não votar em António José Seguro nas Primárias do dia 28, o ainda secretário-geral já nos deu tantas, que torna-se difícil escolher quais delas mereceriam maior distinção. Mas, no seu artigo «Está péssimo, Seguro» ontem inserido no «Diário Económico», João Galamba alinha três com particular peso para libertar o Partido Socialista de uma tão confrangedora direção:
1. ele é “aquele que com grande sacrifício pessoal, pegou num partido que vinha de uma pesada derrota (28%) e, três anos depois, conseguiu a extraordinária proeza de o "tirar da lama" e chegar aos 31% numas eleições europeias”;
2. em vez de “contestar e apresentar uma alternativa à narrativa (falsa) de que foi o despesismo público, a insustentabilidade do Estado Social e a perda de competitividade (falta das famosas reformas estruturais) que nos trouxe até aqui” Seguro considera prioritária a reforma do sistema político e a regeneração ética da política como se fossem essas as grandes preocupações dos portugueses. Na sua perspetiva nos transportes, nos cafés ou nos locais de trabalho, os portugueses mostram-se mais preocupados quantos deputados irão eleger em breve e como o farão do que com os cortes ininterruptos, que vão conhecendo nos vencimentos e nos seus direitos sociais!
3. a razão para o populismo de Seguro é porque “não tem nada para dizer sobre a crise atual que seja significativamente diferente do que a direita já diz”. Sem estratégia resta a Seguro imitar Marinho Pinto ou dizer disparates como o da promessa de demissão caso a carga fiscal aumentasse.
A exemplo do que sucedeu com o BES, que faliu no dia seguinte a mostrar-se mais descansado com o seu futuro depois de uma reunião com o governador do Banco de Portugal, Seguro lembra um rei Midas ao contrário: em tudo quanto toca é para estragar!
Por isso há razão para concordar com João Galamba: ele não está mau. Está péssimo!
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