Entramos na última semana de campanha para as Primárias e a principal crítica feita a António Costa por António José Seguro e uma certa comunicação social que o apoia é a de que não apresenta alternativas concretas para a forma de fazer política pela desacreditada coligação entre o PSD e o CDS, nomeadamente como responderá à premente questão da dívida pública.
Terão razão ou, pelo contrário, não será a prudência de António Costa a atitude mais asizada perante uma realidade em permanente mutação e que não saberemos como se configurará daqui a um ano, quando provavelmente decorrerão as próximas eleições legislativas?
Que Europa encontrará o próximo governo, quando entrar em funções? Ainda perdurará a lógica austeritária dos fundamentalistas, que têm dominado as orientações do Ecofin, ou a deflação instalada já terá convencido os governos da justeza das posições cada vez mais audíveis dos que pugnam pelas virtudes do investimento público? Manter-se-á a leitura fundamentalista do Tratado Orçamental ou será ele flexibilizado na sua aplicação? Ninguém o saberá dizer!
Isto significa que tudo quanto qualquer político disser sobre o que fará a tal respeito daqui a um ano é totalmente falacioso e assim se explica que, apenas para subvalorizar António Costa, se lhe exija uma definição que mais ninguém se atreve a fazer. Que irão passos coelho ou paulo portas propor? Que fariam Jerónimo de Sousa, Catarina Martins, João Semedo ou Rui Tavares se fossem para o governo? Que fará António José Seguro? Ninguém o diz e, porém, é a António Costa que é exigida frequentemente uma resposta!
Mas sabemos algo que mais importa: em situação concreta de constrangimentos orçamentais, António Costa tem transformado Lisboa ao longo destes seis últimos anos explicando-se o sucesso turístico deste ano como fruto do seu trabalho, que nunca é demais elogiar! As elogiosas referências internacionais sobre Lisboa como destino na moda muito devem ao seu labor!
Quem apoia António Costa olha-lhe para o currículo e encontra exemplos eloquentes da sua capacidade para estabelecer os objetivos mais adequados aos interesses coletivos, criar equipas de colaboradores competentes para os programar e coordená-las de forma a torna-los possíveis.
Não se tratará de um cheque em branco, porque já se lhe conhece obra bastante para merecer a confiança, que nele depositamos.
Ora, quanto a António José Seguro o que sabemos? O que é que ele fez de concreto para além de cuidar das suas ambições pessoais na sexta fila da Assembleia da República? Que obra palpável podemos atribuir-lhe a não ser a demonstração contínua do que de pior pode configurar um político, porque baseado num inaudito populismo?
Se a esquerda europeia tem promovido às suas lideranças, quem tem desmerecido da sua História - desde o PASOK grego a François Hollande - é urgente que ela volte a encontrar líderes para quem continuará a fazer sentido uma demarcação clara das estratégias relativamente à Direita e à extrema-direita, que nada de bom têm a propor a quem apenas anseia por viver com a melhor qualidade de vida possível numa sociedade onde a justiça e a igualdade voltem a ser valores fundamentais!
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