segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O fiasco do Novo Banco

“Fiasco”, foi como José Sócrates comentou os acontecimentos relacionados com o Novo Banco e conhecidos durante este fim-de-semana.
E, de facto, muito embora cavaco silva, o governo, o governador do Banco de Portugal e os jornais económicos continuem a anunciar cada episódio como sendo uma vitória digna de comemoração, a verdade é que tudo está a conjugar-se para tal terramoto, que nenhuma campanha publicitária poderá salvar a direita de uma grande derrota nas próximas legislativas … a menos que, por absurdo, António José Seguro ganhasse as Primárias do dia 28.
Na iminência de começarem a surgir processos judiciais contra a antiga administração do BES e contra todos que convenceram uns quantos crédulos a investirem dinheiro na mais recente operação de aumento de capital, compreende-se que carlos costa tenha pressa em se livrar do Novo Banco. Trata-se de assunto que lhe escalda as mãos e de que pretende livrar-se tão lestamente quanto possível.
Mas, por muito boa vontade e competência, que a nova administração - que será amanhã empossada! - revele, será capaz de transformar em ouro aquilo que se começa a parecer com o vulgar pechisbeque?
E como irá maria luís explicar que, afinal, os contribuintes irão ter mais uma conta calada para pagar, já que os 3,9 mil milhões de euros lá colocados pelo Estado dificilmente serão alguma vez devolvidos?
De qualquer forma a semana inicia-se com o fim do mito vítor bento. Durante anos ele tem sido nefasto, primeiro a fazer coro na campanha contra os governos de Sócrates por conta do seu amigo em Belém, e depois emitindo ideias ofensivas para com os trabalhadores portugueses, que ajuizou estarem a auferir de rendimentos exagerados para as possibilidades do país.
Já é um ganho que dificilmente volte a ser ouvido com atenção, quando se atrever a repetir as estafadas teses hayekianas, depois da forma como acaba de sair do Novo Banco com o rabo entre as pernas!
Estamos, pois, num momento crucial das nossas vidas: com a direita em vias de se perder no labirinto em que foi avançando e onde prometia uma saída airosa, que se torna cada vez mais inviável. E os militantes e simpatizantes do principal partido da oposição terão de escolher se querem alguém, que promete demitir-se à primeira contrariedade ou quem mostra a responsabilidade para, com determinação, congregar os esforços de todos para implementar as soluções justificadas pelos já bem identificados constrangimentos.


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