Ângela Silva é uma jornalista do «Expresso», normalmente conotada com as posições da direita. E, no entanto, na edição desta semana ela consegue fazer a melhor síntese dos factos por que passou entretanto o governo:
“A demissão de Vítor Bento do Novo Banco, o crash no sistema informático da Justiça, os erros na colocação de professores, os pedidos de desculpa públicas dos respetivos ministros, a confirmação pela PJ e pelo Ministério Público de que estão a investigar contratos de milhões de altos responsáveis do PSD na Câmara de Gaia e de que receberam uma denúncia de ilegalidade cometida pelo próprio passos formaram a tempestade perfeita”.
Perante todos estes acontecimentos poderíamos fazer esta pergunta: se, em vez de prolongar este processo de definição da liderança do PS por quatro longos meses, António José Seguro tivesse imitado o PSOE espanhol e tivesse resolvido o caso em apenas um mês, assegurando uma nova direção logo no início de julho ainda teríamos esta sensação pantanosa de impunidade perante a corrupção e a incompetência de quem está sentado nas cadeiras do poder?
Na semana transata foi possível detetar uma subida do PS no trabalho publicado pela Eurosondagem, desmentindo a tese segurista segundo a qual o desafio de António Costa iria enfraquecer o partido. Pelo contrário até pressupunha como a expectativa da vitória deste último já começa a produzir o efeito contrário: o de alavancar o resultado potencial do PS nas próximas legislativas.
Imaginemos agora como é que a nova direção liderada por António Costa poderia estar agora a confrontar passos coelho com os sinais de fim de ciclo, que se vão multiplicando no dia-a-dia e a afirmar-se mais assertivamente como alternativa inadiável a esta direita esgotada!
Neste momento o passivo dos danos causados ao PS por António José Seguro na forma como conduziu o partido nestes últimos meses vai atingindo uma dimensão, que não poderá ser esquecida depois do dia 28!
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