quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Tontices, boicotes e contradições


Dois textos de Dieter Dellinger, datados de ontem, merecem referência por colocarem questões relevantes. Numa delas ele pergunta se se justifica a campanha anti exploração de petróleo a 50 kms do Algarve, quando começam a surgir pedidos de países distantes para virem explorar a nossa plataforma continental, alegando o nosso desinteresse em fazê-lo? Será que anuindo a ONU ao pedido da Polónia, virão depois os russos e os chineses aproveitar as riquezas desse espaço marítimo abandonado por causa de tontos ecologistas catapultados a cúmplices ativos de interesses estrangeiros e objetivamente contrários aos dos seus compatriotas?
Noutro texto o mesmo blogger refere diversos casos em que os juízes tomaram decisões contra o Estado, ora obrigando-o a pagar indemnizações absurdas a quem não havia razão para merecê-las, ora delegando-lhe custos com ações de limpeza, que deveriam caber a quem poluiu (caso da Celtejo).
Perante esse afã dos juízes em prejudicarem o Estado em muitos milhões de euros, que legitimidade têm para virem carpir-se para os jornais quanto à «penúria» nos tribunais? Não são eles quem contribuem para essa redução dos recursos do Estado, incapaz assim de dar resposta a carências nos serviços públicos?
No entanto o texto, que mais prazer me deu foi o do Daniel Oliveira, mostrando como «quem não tem Pedrógão caça com Monchique». E na ausência de mortos que dessem aos repórteres destacados para o Algarve o ensejo de explorarem morbidamente a circunstancia e pusessem em causa o governo, logo relevaram uma frase do primeiro-ministro retirada do seu contexto. Conclui o jornalista com a habitual argúcia:  «não deixa de ser interessante ver os mesmos que se queixaram de um excesso de preocupação com as vidas humanas lamentarem a insensibilidade do primeiro-ministro. Eu diria que a maior das insensibilidades é usar o sofrimento das pessoas para horas de diretos emocionais que garantam boas audiências».

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