quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Pode alguém ser quem não é?


Há dias perguntava, sem grandes ilusões, se, relativamente ao diploma parlamentar sobre a proteção dos inquilinos em caso de venda dos prédios onde habitam, Marcelo seria escorpião, respeitando a sua natureza facilitando a vida aos ricos prejudicando os mais pobres, se quereria aparentar o que manifestamente não é. A resposta deu-a ontem, vetando o documento e facilitando assim a intenção de especuladores imobiliários apostados em fazerem grandes negócios sem cuidarem de quem possam prejudicar. Para já  o veto vai ao encontro das aspirações dos chineses da Fosun, que continuam a poder financiar-se em Portugal com negócios chorudos, para prosseguirem as traficâncias noutros mercados. Daí a dúvida: se beneficiasse interesses de capitalistas portugueses ainda se poderia compreender, mesmo sabendo-se a facilidade com que eles transferem lucros e dividendos para paraísos fiscais! Mas que levará Marcelo a dar uma tal ajuda a capitalistas chineses?
As direitas, igualmente contraditórias entre o seu propalado patriotismo e a oposta prática política, exultaram por verem reconhecidos os interesses dos proprietários, enquanto as esquerdas prometem voltar a sujeitar a lei ao desígnio de um Presidente, que vai demonstrando sucessivamente por quem está a trabalhar no seu cargo.
Aos meus amigos, que ainda continuam a apreciar as selfies e os abraços de quem nada tem feito pelo povo que tolamente o elegeu, pergunto se ainda precisam de muito mais para entenderem quem apoiam? É que os desafios, que enfrentaremos na próxima década não se compadecem com quem, em Belém, tudo fará para os condicionar de acordo com os interesses dos seus habituais comparsas. Ou ainda há quem duvide do que o motivava quando aceitava as férias propostas por Ricardo Salgado com quem convivia em harmonia até a companhia se revelar incómoda para quem se sentia incumbido de velar pelos bons negócios de outros salgados?

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