Tempos houve em que, cirandando pelas ruas de Lisboa, dávamos um pontapé numa pedra e logo dela saía fadista. Cresceram em número as sonoras criaturas até a oferta exceder em muito a procura, pelo que o fenómeno acabou por moderar-se.
Agora, perante o evidente sucesso da governação de António Costa, que tão difícil torna a vidinha de quem nela não se reconhece, repete-se o prodígio com novos partidos de direita. Aparecem aos molhos, por muito que se lhes adivinhe a condição de abortos sem viabilidade de singrarem com algum sucesso.
O «Público» de hoje anuncia mais outro, um tal Movimento 21, e dá-nos informações curiosas sobre a sua fundadora, uma desconhecida Sofia, que confessa ter apoiado o PSD durante vinte anos até nele entrar como militante, mas logo sair por mera birra, porque Passos Coelho terá descartado a possibilidade de a enviar como delegada a uma reuniãozita internacional. Terá então procurado outro projeto de partido, que depois de anunciado, nunca mais deu cor de si - a Iniciativa Liberal - mas como não lhe reconheceram mérito bastante para a colocarem em lugar ao sol, virou-lhes as costas. Agora anuncia-se responsável pela nova organização, confessa ter andado de namorico com Santana Lopes, embora também ele a tenha posto à margem, e já se vê capaz de concorrer às eleições para integrar uma suposta Geringonça de direita.
Programa, o do costume: menos Estado, menos impostos. Ou seja, menos serviços públicos de saúde, educação e segurança social. Nem nas «ideias» as sofias primam pela originalidade. No entretanto vão conseguindo alguns minutos de fama, porque há quem lhes dê indevida atenção. (Até eu, reconheço!)
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