quinta-feira, 26 de abril de 2018

Marionetas ou ativos cúmplices dos ainda donos disto tudo?


Às vezes surgem situações no nosso quotidiano que levam um ateu confesso (como é o meu caso!) a questionar se fazem algum sentido aquelas palavras de Cristo na cruz quando, a propósito dos que lhe promoviam o martírio, confidenciava ao Deus-pai: «perdoai-lhes Senhor, que não sabem o mal que fazem!».
Esse pensamento voltou-me à baila a propósito do muito enfatizado discurso da jotinha laranja na Assembleia durante a cerimónia evocativa do 25 de abril, ou nos dias anteriores, o das consecutivas violações aos mais elementares princípios deontológicos incorridos pelos «jornalistas» incumbidos de promoverem a pornográfica exibição dos interrogatórios da Operação Marquês.
A difusão da ideia generalizada em como todos os políticos são corruptos tem sido estratégia bem sucedida de quem vê a realidade prestes a alterar-se significativamente com a entrada em força da robótica, e da informática em geral, em áreas até agora poupadas à sua plena utilização, e sabe inevitável o engrossamento dos exércitos de desempregados que não encontrarão colocações precárias, nem apoios sociais suscetíveis de lhes satisfazerem as necessidades mais elementares.
As décadas mais recentes - mormente desde a Operação Mãos Limpas em Itália! - têm sido elucidativas sobre os efeitos decorrentes da suposta higienização das sociedades contra os corruptos, prendendo os mais expostos (normalmente escolhidos criteriosamente à esquerda por juízes e magistrados ideologicamente coniventes no processo!), e abrindo larga margem para proliferarem os Berlusconis, ainda mais envolvidos em trapaças financeiras e empresariais, mas dotados de força mediática (o controle da imprensa) e policial para sonegarem à maioria descontente a plena expressão da sua indignação.
Tem sido assim que Putin na Rússia consolida o seu poder às costas de oligarcas mandados prender para servirem de fáceis alibis de um desígnio escondido atrás de vestes nacionalistas, mas relacionado com os interesses que tão facilmente assim se acobertam. E explicam-se, da mesma maneira, os Orbans, os Erdogans, os Temers, que parecem justificar a ascensão inabalável das extremas-direitas.
Esse véu de fumo tende a escamotear-nos a realidade, a preparar-nos para regimes políticos onde os pensamentos contrários sejam esmagados, em que vigore uma única caracterização do presente e se adie tanto quanto possível a consciência coletiva de estarmos prestes a chegar a um daqueles momentos históricos, identificados por Karl Marx, como sendo aqueles em que as contradições alcançarão um tal ponto de rutura, que volta a fazer sentido substituir a possibilidade transformadora das reformas (mormente as ilusões sociais-democratas de alguns!) pelas revoluções de cunho marcadamente socialista.
Daí que se justifique a questão de saber se Margarida Balseiro Lopes ou Ricardo Costa têm alguma consciência relativamente ao mero papel de marionetas, que lhes é dado por quem maneja para que o futuro seja uma distopia fascista? Sabem o que fazem ou papagueiam aquilo que os verdadeiros patrões lhes insinuam como próprios dos  papéis enquanto, respetivamente, deputada da Nação ou diretor da SIC?
Nos próximos dias este blogue cirandará pelo controverso mundo dos fundos-abutres, que manobram as economias mundiais através dos paraísos fiscais e são os principais responsáveis pelo incremento acelerado das desigualdades e outras facetas injustas, que integram os nossos quotidianos...

Sem comentários:

Enviar um comentário