sábado, 14 de abril de 2018

A NATO enquanto foco principal da insegurança mundial


Já com Bill Clinton era assim: houvesse alguma dificuldade, sobretudo com as suas comprometedoras inalações de drogas, ou com o uso muito peculiar dos charutos, e eram os sérvios quem pagavam as favas. Em alternativa, quando a destruição da antiga Jugoslávia não corria tão bem quanto os seus promotores (mormente os alemães) pretendiam, os mísseis em fim de vida a necessitarem de urgente substituição (para satisfação dos respetivos fabricantes!), era Khadafi quem levava com eles.
Os estrategas da NATO têm ideias fixas: quando querem derrubar lideranças, que os incomodem e possam pôr em causa dos seus desejos expansionistas, arranjam episódios que lhes fundamentem as agressões. Sobretudo se os políticos, que lhes servem de chefes militares (mas não passam de marionetas), se encontram em dificuldades. Assim, como explicar os atos desta madrugada senão enquanto conjugação das dificuldades internas por que passam os que terão dado a ordem para eles serem lançados? Trump está cada vez mais acossado pelo procurador Mueller, vê um livro do antigo diretor do FBI tornar-lhe ainda mais rasteirinha a reputação e tem como provável a perda das maiorias republicanas no Senado e no Congresso a partir de novembro. May anda feita barata tonta a ver como consegue dar conta de um Brexit, que promete efeitos devastadores no seu eleitorado. Macron vê a popularidade decrescer continuamente na exata proporção com que se levantam movimentos populares e sindicais contra as suas políticas neoliberais.
Numa situação dessas, que jeito dá uma bravata contra quem os seus jornais e televisões trataram de caracterizar como o pior dos mauzões?
Manifestamente toda a história do espião envenenado em Londres com a respetiva filha ou do ataque com arma química num dos derradeiros redutos jiadistas na Síria está muito mal contada. E é inaceitável que nos queiram tomar por parvos, até mesmo Augusto Santos Silva, que deve acreditar tanto nesta narrativa quanto um piedoso muçulmano nas virtudes do toucinho.
A verdadeira razão, porque os militares da NATO deram cobertura à poeira para os olhos atirada pelos seus lideres, disse-a esta tarde o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg: o objetivo é forçar Assad a voltar à conferência de Paz de Genebra, apesar de ter ganho no terreno a guerra, que enfrentava contra os fantoches financiados pelos países promotores do ataque desta noite.
A azia sentida na sede da organização em Bruxelas só se mitigaria se Assad, agora que se consolidou no poder em Damasco, decidisse reconhecer como respeitáveis os que tudo fizeram para o assassinar politica e fisicamente. Negociando com eles o inegociável…
É de crer que Stoltenberg, Trump, May, Macron e Companhia bem poderão esperar sentados!

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