No fim desta estadia neerlandesa (com outra já planeada para breve!), há uma constatação que vale a pena tirar das nossas compras diárias na principal cadeia de supermercados do país: com área bastante inferior às nossas grandes superfícies possui uma variedade de produtos incomparavelmente mais reduzida do que os nossos.
Se queremos peixes encontramos um balcão frigorífico com três ou quatro prateleiras, onde se disponibiliza a escolha entre embalagens com o produto já tratado na forma de filetes ou pequenas postas, que indignariam o nosso mais sóbrio compatriota.
Anteontem, quando o projeto era cozinhar carne na forma de um dos nossos tão comuns assados, foi impossível encontrar uma peça com dimensão ajustada ao propósito, obrigando a pensar alternativamente num guisado.
Conhecendo um responsável da Logística de tal cadeia de distribuição, um familiar já o terá questionado da razão de tão pobre diversidade. Terá recebido uma resposta, que é em si um clássico: o que comercializam é aquilo que os consumidores procuram pelo que de nada serviria andarem a inventar.
Mas o que mais choca é vermos as nossas grandes superfícies pejadas de importações da União Europeia e constatarmos nos holandeses o enchimento das prateleiras com vinhos, fruta e muitos outros produtos latino-americanos, sul-africanos ou australianos.
Já não basta ficarem-nos com os dividendos dos nossos pingos doces ou continentes, e ainda parecem determinados a nada nos comprarem de tanto que lhes poderíamos vender.
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