Há uns vinte anos fui delegado ao Congresso do Partido Socialista no Coliseu dos Recreios, onde António Guterres foi consagrado secretário-geral do PS. Um dos acontecimentos mediáticos, que mais deram então nas vistas foi o surgimento de um personagem histriónico, que passaria a ter dimensão nacional sob o nome de Tino de Rans.
O propósito era óbvio: usando um linguajar popular o carteiro da pequena povoação nortenha julgava-se capacitado para se medir com os experientes dirigentes socialistas como um seu par. Provavelmente terá imaginado possível chegar à bancada parlamentar para prosseguir essa forma indigente de assumir o púlpito e ganhar galões de líder popular.
Sem capacidades nem competências, que não a sua acrítica lábia, fez-se presidente da Junta, mas nada o distinguiu no cargo. Rans não primou pela excelência da sua gestão e, até ver, o calceteiro, ou ex– não faço ideia!, nunca mais ali quis ou conseguiu ser reeleito.
Agora, falhada a possibilidade de chegar a Belém, dado ter encontrado pelo caminho um populista mais sofisticado e esperto do que ele, tenta a Câmara de Penafiel.
Para fazer o quê não se sabe. Na vontade esdrúxula de dar satisfação ao ego o Vitorino lá saberá se, nas quase analfabetas meninges, algum propósito em benefício dos munícipes albergará.
Por mim , mesmo incorrendo no risco de parecer elitista, considero o personagem um perigo, porque livrai-nos de quantos adoram olhar tanto para o umbigo e se orgulham da ignorância evidente do seu comportar.
Não é só em França, na Holanda ou na Alemanha, que o fascismo anda à solta. Algures no concelho de Penafiel assume a forma de sinistra criatura que finge tão completamente a modéstia, que chega a fingir que é ávida ambição, a ávida ambição que deveras sente.
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