Não tenho qualquer simpatia pela “revolução” ucraniana: na praça Maidan jovens progressistas constituíram-se em idiotas úteis dos que, provavelmente preparados por agentes de Fort Langley, arranjaram forma de correr com um presidente corrupto, mas avesso à integração do país na esfera de influência ocidental e que, ao mesmo tempo, promoveram a legitimação do passado colaboracionista com os nazis. Algumas das forças políticas emergentes em Kiev nem se dão ao trabalho de disfarçar ao que vêm: quer na simbologia, quer no discurso, a sua ideologia fascista está bem evidente e revela contornos mais do que sinistros!
Por isso lamento que um artista português, Vhils, tenha pretendido legitimar o golpe protofascista esculpindo a face de um manifestante morto pelas forças de segurança num dos edifícios próximos da conhecida praça. É que existem relatos consistentes em como o início da fuzilaria não proveio da polícia ligada a Ianukovich, mas de snipers conotados com esses movimentos fascistas, apostados em criar o clima adequado à prossecução dos seus objetivos. Que foram conseguidos!
Hoje o regime “democrático”, que comanda os destinos dos ucranianos não incluídos na faixa mais oriental onde dominam as forças pró-russas, encaram com normalidade terem sido proibidos livros e o Partido Comunista, cuja história está ligada a tantas vidas de heróis da Segunda Guerra Mundial, quando combateram os nazis envergando a farda do Exército Vermelho. Mais eloquente é ter sido resgatado como herói nacional, até com direito a nome de rua na capital, o criminoso Stépan Bandera que colaborara com os ocupantes alemães nessa ápoca através do seu Exército Insurgente Ucraniano (UPA), responsável pelo assassinato de 50 mil judeus em Lviv e de perseguições à minoria polaca.
Nesta altura a Comissão Europeia desenvolve as iniciativas ao seu alcance para dar substância à estratégia da NATO em apertar o cerco à Rússia. Muitos dos dados atrás enunciados foram retirados de uma reportagem de João Ruela Ribeiro, que se deslocou a Kiev a expensas de Junker & Cª.
O objetivo é criar nos demais povos europeus a ideia de facto consumado nessa viragem da Ucrânia para um tipo de regime bem acomodado aos piores fantasmas do seu passado. Que até são enaltecidos! Mas a ideia de substituir o Reino Unido por este putativo novo parceiro só faria pender ainda mais a União Europeia para uma direita radical, que já está demasiado representada na instituição através da Hungria e da Polónia. Importa, pois, travar tais ambições por muito que elas tenham muito peso em Bruxelas, em Kiev … e, sobretudo, no Pentágono de que a Nato é mera ferramenta!
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