Valha-nos a honestidade de um direitista convicto, como o é Pedro Marques Lopes, para lembrar aos mais ingénuos espectadores da SIC, que é preciso ter lata para andar como a líder do CDS a considerar tardia a resolução da crise na Caixa Geral de Depósitos.
Não pertenceu a referida senhora ao governo que andou anos a atirar os problemas para debaixo do tapete para neles não se sentir comprometido? Causa, pois, indignação que ande agora a armar-se em modelo de virtudes e a criticar quem cuidou de os resolver o melhor que foi possível.
Compreende-se mal uma certa inação da esquerda em criar as condições para um efetivo apuramento de todas as malfeitorias da direita no setor bancário, ora nele agindo ativamente com dolo como se verificou no antro de cavaquistas, que era o BPN, ora pecando por total e negligente inação como ocorreu no BES e no Banif.
Num país onde as responsabilidades fossem devidamente apuradas e implicassem consequências, poucos dirigentes do PSD ou do CDS mereceriam continuar na política ativa. Mas, como vivemos onde a culpa continua a morrer solteira, a direita tudo fará para se eximir dos males causados e explorará até à náusea as pretensas divergências na Geringonça, que mais não são do que o reflexo daquilo que ela não sabe fazer: negociar, concertar, implementar.
Como se viu durante os quatro anos da sua desgovernação, a direita só se sente confortável a receber orientações de fora para delas se mostrar aluno aplicado e muito obediente. É por isso que vê-los usar os símbolos nacionais, como se deles fossem intrépidos defensores, não pode suscitar senão um enorme asco...
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