1. A mais que suspeita Human Rights Watch continua apostada em fazer de Assad o psicopata, que o Ocidente deve ostracizar, quando estão longe de ser meninos de coro os que o combatem.
Nos últimos dias esta organização e outras cuja «vertente humanitária» também esconde compromissos mais que suspeitos, têm aumentado as «denúncias» sobre o que se tem passado em Alepo, mormente no recurso a armas químicas.
Compreende-se-lhes o desespero: com a Rússia e o Irão a aumentarem a cooperação para derrotarem de vez os fundamentalistas islâmicos na Síria e um Erdogan enfraquecido a ter-lhes que ir ao beija-mão, uma boa parte da estratégia do Pentágono e de Telavive para a região arrisca-se a saldar-se por um irreversível fracasso.
2. Numa altura em que se revelam proximidades comprometedoras entre alguns dos seus principais colaboradores e a Rússia de Putin, Donald Trump vai cumprindo a regra de ser pior a emenda que o soneto. A mais recente é pretender a recuperação de um teste ideológico dos tempos da Guerra Fria para aferir se os candidatos à cidadania cumprem os cânones de serem bons cristãos evangélicos e entusiastas da emenda constitucional, que permite a cada norte-americano ter um arsenal de armamento pesado em sua casa.
Se não fosse uma tragédia, a candidatura de Trump bem mereceria ser tratada pelo lado da comédia. Algo que John Oliver ou Stephen Colbert não deixam de ir fazendo…
3. Os acontecimentos do Milwaukee da semana passada, com a população afroamericana a insurgir-se contra a morte mal explicada de um dos elementos da sua comunidade, trouxe de novo ao de cima a realidade, que se vem agravando ultimamente nos Estados Unidos com a militarização intensiva das suas forças policiais. É que aumenta o número de vítimas da facilidade com que elas disparam a matar contra suspeitos quanto muito de delitos menores.
Sabemos bem quão importante é a indústria do armamento por aquelas bandas. Só assim se justifica que, apesar de tantos psicopatas terem assassinado centenas de pessoas nos últimos anos, se mantenha tão forte o lobby defensor do direito de cada cidadão possuir o seu próprio armamento. E com a redução dos contingentes enviados pelo Pentágono para o Afeganistão ou para o Iraque, muitas das fábricas que produzem equipamentos militares viram-se na contingência de fecharem as portas ou reduzirem a sua produção,
Como isso não seria aceitável para os políticos dos Estados onde elas se situam arranjou-se a alternativa de fazer das forças policiais as novas clientes de tal produção. Não se estranhará agora, que as cidades norte-americanas andem a ser patrulhadas por tanques de guerra como se se tratassem de cenários de guerra do Médio Oriente. E que essa «cultura» militarizada contagie quem passou a usufruir de um tipo de armamento, que só conhecia dos filmes ou das feiras da especialidade e se sinta com o mesmo tipo de impulsos dos jogos de guerra no computador. Sobretudo se, sendo brancos e racistas, deparam pela frente com «suspeitos» de cor...
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