Espanha continua sem governo e torna-se dia-a-dia mais improvável que Rajoy o consiga formar. Aquilo que as últimas eleições pareciam ter afastado - o espectro de repetição de nova consulta ao eleitorado - torna-se cada vez mais provável.
Para garantir a Rajoy uma maioria absoluta ou para precipitar a sua demissão, substituindo-o por outro líder mais assertivo para a negociação com os demais? Ainda não se sabe.
O que, porém, se confirma é a estupidez ideológica de Pablo Iglésias, que transforma o PSOE como seu principal inimigo em vez da direita. De facto o Podemos nada tem aprendido com o que se passa aqui em Portugal: em vez de encontrar os mínimos denominadores comuns, que facilitassem a formação de um governo bem mais útil à maioria dos espanhóis, aposta em ultrapassar eleitoralmente os socialistas e afirmar-se como principal força da oposição. O que tem sido objetivo fracassado e com potencial para ainda se mostrar mais inadequado para o impasse em que se caiu.
Na prática Pablo Iglésias está mesmo a pedir a lição dada pelo eleitorado a Louçã em 2011, quando viu o Bloco perder oito dos dezasseis deputados, por facilitar a formação do governo de Passos Coelho através do contributo para a queda do de Sócrates.
A esquerda espanhola ainda não entendeu o que os vizinhos ibéricos já demonstraram: que todas as vertentes da esquerda plural valem mais se se somarem do que se digladiarem. A expressão “Unidos Venceremos” continua a ser bem mais do que um mero chavão para animar manifestações!
Sem comentários:
Enviar um comentário