O que se passa internamente no PS Coimbra, com António Manuel Arnaut a suspender a candidatura à distrital e Cristina Martins a denunciar o silêncio da direção do Partido sobre o assunto, continua a preocupar os militantes que conhecem esse tipo de práticas noutras zonas do país e exigem medidas preventivas para não dar azo a comportamentos associáveis ao ainda deputado Pedro Coimbra, que personifica tudo o que deveria ser expurgado da família socialista. Até porque o Ministério Público já apurou todas as irregularidades por ele cometidas em 2010, preparando-se para levar o caso a tribunal.
Sei que António Costa está muito ocupado, mas por isso mesmo é que designou Ana Catarina Mendes como secretária-geral adjunta. Ora ela conhece as «habilidades» imaginadas por um pequeno núcleo de dirigentes locais para se perdurarem como caciques, mais apostados em satisfazerem os seus egos e interesses pessoais do que em revelarem-se úteis ao Partido. Aqui no distrito de Setúbal ela sabe bem que a escola de Pedro Coimbra tem os seus seguidores, muito particularmente aqui no Seixal, onde aos bons resultados do PS nas legislativas equivalem os péssimos desempenhos nas autárquicas por surgirem lideradas por quem tem sido. Há quem apareça nos cartazes a pedir a votação no PS, e só consegue a imediata transferência de votos para outras forças políticas.
É por isso que, logo após o Congresso, seria fundamental a implementação de uma medida higiénica de reaferir os dados de cada militante, validando-os nomeadamente quanto à respetiva morada com um dos documentos agora solicitados para os novos aderentes (um recibo qualquer em seu nome). Mas acompanhando ainda essa verificação - e não é difícil criar um algoritmo capaz de identificar essas situações! - dos estranhos casos em que dezenas de militantes “vivem” no mesmo apartamento.
O Partido Socialista contém ainda muita gente que nele só entrou para encontrar vantagens pessoais e não sendo um acaso que eles se identifiquem com a defunta tendência segurista. É tempo de passar uma barrela e começar por dar em Coimbra, e depois em todo o país, o sinal da inaceitabilidade da Direção Nacional quanto aos comportamentos, que envergonham os socialistas e os levam a ser erradamente associados à trafulhice e à batoteira.
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