Numa das minhas publicações de leitura semanal obrigatória - a revista «L’Obs» - dou com um destaque imerecido ao orelhudo, que se julga escrevinhador, e anda a testar a nossa paciência com teses cada vez mais imbecis.
Para vender os seus livros quis convencer os entrevistadores da publicação francesa, em como se socorreu da colaboração de um lugar-tenente de Bin Laden, do qual teria recebido as informações necessárias para credibilizar as suas alucinadas teorias. Teria assim garantido que a organização terrorista já validara tudo quanto concebera na sua intrincada imaginação.
O que se anda a passar com tão estulta figura vai atingindo a dimensão do patético, levando-nos a crer que não faltará muito para igualar a de outro seu confrade conhecido por, segundo a lenda, fazer reportagens empolgantes da Guerra do Golfo Pérsico, diretamente da impressionante paisagem do deserto … do areal do Guincho.
A capacidade para manipular a realidade e julgar assim vertê-la de uma forma mais condizente com os seus preconceitos ideológicos, é a mesma, porventura com resultados igualmente desvairados.
Mas se sinto a tolerância esgotar-se é por, no mesmo dia, dar com um artigo de “opinião” do mesmo néscio a convidar os leitores a lerem-lhe os romances para “compreenderem”, que a origem do fascismo teria estado no marxismo.
É óbvio, que não insultei a minha inteligência a aprofundar-lhe a inépcia da argumentação, mas nem lhe darei o gosto de ganhar um cêntimo, que seja com aquele convite à leitura, nem muito menos continuarei a deixar de fazer zapping, sempre que o vejo surgir nos ecrãs.
Sem ignorar que o marxismo deu origem a terríveis perversões durante algumas das suas aplicações durante o século XX - que lhe deram imerecida e lamentável má-fama nalguns círculos intelectuais -, esse pensamento nunca poderá ver-se-associado aos crimes cometidos por Hitler, Mussolini, Franco, Salazar e outros biltres da mesma cepa, que tinham, pelo contrário, um ódio de morte a tudo quanto significasse luta de classes. Que é igualmente o que parece assustar tanto o mentecapto...
Sem comentários:
Enviar um comentário