Os discursos de Marcelo Rebelo de Sousa continuam a manifestar nas entrelinhas a agenda ideológica, que ele pretende impor com a pretensa legitimidade de quem foi eleito presidente à primeira volta. Vide hoje, na conferência promovida pela Associação Portuguesa de Bancos, onde fez aquilo que a SIC se apressou a interpretar como um “aviso” ao governo e a direita não deixará de aproveitar para retomar o seu tema preferido: a necessidade de um plano B.
O que disse então Marcelo? Em vez de tomar como boas as palavras de António Costa e Mário Centeno cuidou de criticar os indicadores agora publicados pelo INE, mesmo que atribuindo-os a uma conjuntura internacional desfavorável. Por isso propõe o impossível: que a revisão das previsões para este ano se faça “sem alarmismos” e “com lucidez”.
Será fundamental que a execução orçamental se cumpra de acordo com o que ela pressupõe, porque mexa o governo numa décima do crescimento para baixo ou do deficit para cima, e do alarmismo se encarregará a direita com todo o seu arsenal de presunções e insinuações. Mesmo sabendo que, à esquerda não faltará quem lhes lembre os oito orçamentos retificativos em quatro anos de governo!
Por agora impera a bonança que a direita espera ver seguida de forte tempestade, e o governo aposta em que se torne suficientemente duradoura para se verificarem os efeitos alavancados das suas opções políticas, económicas e financeiras.
Mas Marcelo vai, aqui e além, denunciando de que lado verdadeiramente está!
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