Neste último ano e meio, desde que se iniciou a sórdida novela do Ministério Público contra José Sócrates por motivos que, um dia, viremos a saber quais foram, tenho apoiado indefetivelmente o antigo primeiro-ministro socialista na luta pelo direito à Justiça. Toda a campanha mediática do pasquim da Cofina a secundar os mais que duvidosos métodos de Rosário Teixeira e de Carlos Alexandre mereceram-me completo repúdio, aqui expresso amiúde.
Não secundei, porém, os que começaram a zurzir de forma mais ou menos declarada contra António Costa por ele não reagir com visível indignação aos atropelos sucessivamente verificados. Por esquecerem que, ao contrário por exemplo de Mário Soares, António Costa teria tudo a perder se desse à direita a oportunidade de o acusar da violação do principio da separação de poderes.
Até para o próprio José Sócrates, no momento em que o Ministério Público reconhecer a falácia dos seus argumentos, será bem melhor que conte com um primeiro-ministro capaz de pedir contas à Drª Marques Vidal do que um outro, que empurre o caso para debaixo do tapete. E, agora, aproveitando uma oportunidade de ouro para dar um sinal evidente do que pensa sobre tudo quanto se tem passado, António Costa convidou para a inauguração do túnel do Marão aquele que o mandou construir.
Uma vez mais temos a demonstração da notável argúcia de quem, perante tantas ameaças, as sabe transformar em explicitas oportunidades para prevalecer o rumo que traçou...
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