A verdade é como o azeite: vem sempre ao de cima!
Nunca em democracia se viu um assassinato político como o que a direita, cumpliciada com o Ministério Público e o grupo Cofina, tem intentado cometer relativamente a José Sócrates. Se julgávamos que os limites da infâmia tinham sido alcançados com a destruição da carreira política de um dos mais esperançosos políticos da sua geração - Paulo Pedroso - ainda tínhamos de assistir a toda a sucessão de canalhices, que ostracizaram o antigo primeiro-ministro.
E, no entanto, os acontecimentos vão dando razão ao carácter visionário de muitas das suas políticas implementadas entre 2005 e 2011. Só nos dias mais recentes foram duas as ocasiões para comprovar o quanto estava certo ao avançar para dois investimentos da maior importância. O primeiro foi o túnel do Marão, que permitiu vencer as barreiras físicas que se colocavam à rapidez e segurança nas comunicações rodoviárias entre Trás-os-Montes e o litoral do Norte do País.
Se não será esta obra a, por si só, alavancar a recuperação económica, social e demográfica dessa região desertificada, também será verdade que, sem ela, não farão sentido as estratégias complementares que a tornem possível.
A outra confirmação proveio dos quatro dias consecutivos em que o país esteve a consumir eletricidade exclusivamente com utilização de fontes renováveis. Tendo em conta a necessidade económica e ambiental de reduzir a dependência dos hidrocarbonetos, quem contestará a responsabilidade de José Sócrates nessa reorientação do país?
Quando será devidamente apreciado pelo salto qualitativo, que conseguiria possibilitar ao país se a crise dos subprimes não o tivesse cerceado, quando já se lhe adivinhavam os efeitos positivos?
Por agora isso parece ser coisa de somenos para os que insistem num chorrilho de acusações sem conseguirem apresentar a mínima prova. A História tenderá a reduzi-los ao anonimato dos que nada fizeram e tudo quiseram obstar. A mesma que reconduzirá Sócrates à efetiva dimensão que, mesmo com muitos erros - mas só os evita quem nada faz! - representou a sua governação!
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