1. No «Expresso» Ricardo Costa reconhece que uma expressão como “geringonça” - que paulo portas surripiou a vasco pulido valente - poderá ser boa para garantir aplausos nas assistências a quem se destina (a dos seus indefetíveis votantes!), mas que eles terão fim mais tarde ou mais cedo. E depois fica o som das cadeiras a arrastarem.se, das pessoas encaminhadas para a saída, tudo culminando no apagar das luzes e no silêncio.
É isso mesmo que atormenta a direita: esgotadas as munições de insultos e de desconsiderações para com António Costa, fica evidente a falta de estratégia para se acomodar ao novo ciclo político, que promete ser merecidamente duradouro. É que o comboio passou pela estação, embarcou quem nele estava disponível para entrar e deixou no cais quem só pode agora olhar para o relógio e aguardar pelo que se lhe seguir...
2. Anualmente o ranking das escolas constitui uma enorme de promoção publicitária do ensino privado, ao querer equiparar à força o que não pode ser comparável. Quer na quantidade de alunos, quer nas respetivas condições familiares, as escolas públicas ficam totalmente desfavorecidas ao não lhes ser autorizada a seleção dos melhores alunos ou não contarem com os das classes mais favorecidas, cujos pais têm posses para pagarem as avultadas propinas.
A concentração dos estudantes das escolas privadas é muito favorecida por condições de vida onde quase nunca surgem as angústias e inquietações relacionadas com o desemprego, a violência doméstica ou o quanto sobra de mês no final do ordenado dos progenitores.
Todos sabemos do porquê destas «notícias»: a direita precisa de argumentos justificativos dos obscenos subsídios atribuídos a colégios privados em espaços suficientemente servidos pela escola pública. Mas, mais do que a defesa dos negócios dos amigos, a direita sabe que o “ensino” das escolas privadas tende a criar alunos com falaciosas arrogâncias elitistas e preparados para defenderem a suposta “meritocracia” que é a negação basilar da igualdade socialmente desejável.
3. É digno de ser reconhecido o esforço das direções de informação dos telejornais em selecionarem os conteúdos dos seus programas de forma a protegerem ao máximo os interesses da direita, a que se sentem ligados.
Uma das que passou, e logo foi esquecida, teve a ver com o relatório do Banco de Portugal que reviu em baixa o crescimento económico do país nos próximos anos: a economia deve crescer 1,6% em 2015 (antes era 1,7%); em 2016, em vez de 1,9% serão 1,7% e 1,8% em 2017, abaixo dos 2% previstos anteriormente.
Repare-se que este estudo foi elaborado ainda na vigência do governo anterior, quando ainda eram desconhecidos os efeitos das políticas a serem tomadas pelo atual governo socialista. Confirma-se que as previsões favoráveis do Banco de Portugal durante os meses de verão tinham um objetivo político concreto: contribuírem para a narrativa de um país com menos desemprego, mais exportações e pujante crescimento económico. O que justifica um pedido ao governador, que tem andado muito calado nestes últimos dias. Porventura buscando acautelar
Uma a uma as bandeiras da direita têm sido negadas na sua veracidade, dando razão aos que alertavam para o país de pacotilha em que estávamos a ser embalados. E o que nos faltará ainda descobrir?
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