Em poucas semanas vi dois documentários sobre a forma como a indústria farmacêutica anda a induzir o consumo de produtos opiáceos em quem sofre de dores crónicas e fica, numa inesperada situação de toxicodependência.
Seja na Europa, seja no outro lado do Atlântico Norte, os médicos receitam cada vez maior número de substâncias desse tipo, que levam os pacientes a criarem uma dependência tal, que, ora acabam em clínicas de desintoxicação, ora acabam por ceder a overdoses.
Legitimado por decorrerem de atos médicos esse autêntico tráfico legal de drogas acaba por viver promiscuamente com o seu lado clandestino, porquanto são muitos os falsos doentes, que obtém receitas de tais comprimidos e os colocam à venda nas ruas.
A exemplo do sucedido com a indústria tabaqueira, vivemos a hipocrisia de uma sociedade que cria leis destinadas a penalizar os que são os elos mais fracos de uma enorme cadeia de interesses - os doentes e os pequenos traficantes - mas salvaguarda, e de que maneira!, os interesses dos que acumulam lucros obscenos no seu topo. É o capitalismo no seu “esplendor”!
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