Quando Edward Snowden denunciou a NSA como sendo um verdadeiro Big Brother dos tempos modernos, capaz de espiolhar as comunicações de qualquer pessoa a nível mundial, os congressistas e senadores republicanos acusaram-no de traidor defendendo convictamente a legislação criada por george dabliú depois do 11 de setembro (o «Patriot Act»), que possibilitou essa intensificação da espionagem.
Mas, agora, os mesmos “patriotas” estão indignados com a notícia de muitos deles andarem a ser ouvidos nas suas conversas com Netanyahu, sobretudo em tudo quanto dizia respeito ao seu intento de sabotagem dos acordos com o Irão sobre a questão da energia nuclear. Afinal, na sua perspetiva, Obama mentira quando asseverara ter dado instruções à agência de espionagem para que o não fizesse com os líderes dos países aliados.
Ora, coloca-se precisamente essa questão: o governo de Israel estava, então, a ser um aliado ou um opositor à política norte-americana de retoma do diálogo diplomático com Teerão? Mas, com maior razão o jornalista inglês Glenn Greenwald, por quem Snowden dera a conhecer as suas revelações, virou ao contrário o argumento desses mesmos republicanos a respeito de quem achara muito bem serem espiados: se não fizeram nada de censurável qual o problema de serem objeto de tal vigilância?
A direita tem sempre essa mácula identitária: tudo o que aprova, quando se trata de prejudicar os outros, passa a merecer a sua indignação, quando ela própria se vê tratada da mesma maneira.
Ora toma, que já levaste!
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