Compreende-se bem o aturdimento de João Galamba quando, ontem de manhã na Assembleia da República, confessou não saber se deveria chorar, se rir, da intervenção do deputado joão almeida do CDS. É que todo o país já percebeu o quanto de negligência, senão mesmo de dolo, caracteriza o que foi a ação do governo de passos coelho e de paulo portas, para que o grupo parlamentar deste último mostre tão escasso pudor.
O que aconteceu com o Banif nada teve a ver com a notícia de jornal ou com a degradação acelerada nestas últimas semanas: foram três longos anos a corroborar-se a inviabilidade económica do banco sem que a direita cuidasse de resolver a situação. E essa é uma mácula de que não se livrará tão facilmente, quanto o julgam os seus responsáveis. Por muito que esse inqualificável josé gomes ferreira continue a agitar na SIC a tese da ilegitimidade deste governo e lhe faltem competências económicas para compreender o fundamento do montante envolvido.
Por isso mesmo os títulos, que acentuam a ironia de passos coelho «dar a mão a Costa», como o sugere o «i», tenha fortes probabilidades de se voltarem a repetir doravante com alguma frequência: é que o PSD, já compreendeu o benefício de limitar o desgaste das sucessivas bombocas, que ainda estarão para rebentar, não só suscitadas pelas decisões eleitoralistas de marilú albuquerque, mas igualmente advindas das de outros ministérios, como foi exemplo lapidar a morte de um jovem no Hospital de São José pelos cortes decididos por paulo macedo.
Se daqui a alguns meses já se atribuirão culpas a este governo, tudo quanto acontecer de negativo nas próximas semanas só tem um responsável e esse é o XIX governo constitucional.
Será nesse enquadramento, que passos coelho será obrigado a dar orientação de voto ao seu grupo parlamentar de modo a garantir o assentimento às decisões do governo de António Costa: é que, a viragem nas sondagens não tardará e será a direita laranja a não conseguir manter-se cristalizada na sua posição protestativa.
De portas & Cª já se adivinha o que se seguirá: o uso constante da demagogia, dos argumentos fraudulentos, para tentar a recuperação dos votos nos eleitorados, de que se quis fazer provedor, mas a quem traiu tão ostensivamente nos últimos quatro anos.
As intervenções de cecília meireles e de joão almeida têm o condão de nos confortar na suspeita de vermos o CDS reduzir-se à dimensão do partido do táxi, senão mesmo da lambreta.
Temos marcelo a julgar-se candeia, que vai à frente, sem perceber o quanto se prejudica com o convencimento de tudo se reduzir a um passeio até à sua incontornável vitória nas urnas. Todos nos lembramos de um antigo presidente da Câmara de Lisboa, que julgou ter a reeleição garantida e não cuidou de por ela batalhar, perdendo ingloriamente os frutos do bom trabalho então cumprido.
Os números mostram que, à primeira volta, a vitória está longe de se revelar garantida - no erro máximo do estudo ela fica na linha de água dos 50%! - constituindo uma mera ilusão a ideia de subir facilmente dez pontos percentuais numa segunda volta.
Deixemos os debates televisivos ocorrer, com Sampaio da Nóvoa, Edgar Silva e Marisa Matias a desfeitearem marcelo e maria de belém para que tudo se mantenha em aberto para a segunda volta. E, nesse embate final de marcelo contra Nóvoa, o brilhantismo da argumentação deste último relativamente ao país por que todos ansiamos, bastará para devolver o candidato de passos e portas aos clarividentes banhos no Tejo...
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