Está a tornar-se ostensivo o boicote ativo das televisões à candidatura de Sampaio da Nóvoa.
Ontem isso foi evidente na jornada que trouxe o candidato a Almada e ao Seixal, em que andou sempre acompanhado por grandes comitivas e teve como corolário um jantar-comício com mais de duzentos apoiantes.
Se a RTP e a TVI ainda acompanharam parte da visita feita aos pescadores para ver in loco a arte da xávega praticada na Costa da Caparica, e ouvir as explicações de José Ricardo (presidente da junta de Freguesia) e do investigador José Carlos Ferreira sobre a nossa riqueza marinha, à noite essas mesmas estações e a SIC primaram pela ausência num grande evento com lotação esgotada.
Enquanto Marcelo e Maria de Belém têm tempo de antena exagerado para aquilo que andam a fazer, o Prof. Sampaio da Nóvoa tem uma agenda preenchidíssima - que nem hoje, dia do seu aniversário, conhece tréguas! - contactando diariamente com centenas de cidadãos a quem ouve os anseios e a quem transmite palavras de esperança, nada disso sendo refletido para a opinião pública.
Porque será que o convite de uma cidadã para acompanhar Marcelo à missa nos Açores merece tanto tempo de antena e passa clandestino o apoio do mediático Barbas ao Prof. Sampaio da Nóvoa? Porque será que se mostram imagens de Maria de Belém a discursar num palanque e não se dá conta da respetiva assistência, quase invariavelmente constituída por plateias vazias?
Não admira, que, a quarenta e poucos dias do ato eleitoral, as sondagens ainda revelem um enviesamento, que não corresponderão à realidade apurada na noite de 24 de janeiro. Porque, entretanto, serão mais uns bons milhares de cidadãos os que ouvirão o discurso cativante, e com substância, do professor, e sobretudo ocorrerão os debates frente-a-frente - onde não será difícil revelar-se qual a candidatura efetivamente em sintonia com a mudança política, que vivemos no país.
Como se viu na entrevista à SIC, com entrevistadores experimentados e politicamente orientados para questões, que poderiam ser-lhe adversas, o Prof. Sampaio da Nóvoa soube escusar-se às potenciais armadilhas e dominar o debate cingindo-o ao terreno das ideias e das propostas concretas onde se revela imbatível. Será aliciante vê-lo estilhaçar a demagogia primária de Paulo Morais, o prazo de garantia ultrapassado de Henrique Neto ou o bem penteado vazio de ideias de Maria de Belém. Mas, sobretudo, será entusiasmante vê-lo enredar Marcelo nas suas contradições e inconsistências ideológicas. O discurso de ontem à noite, em Fernão Ferro, revelou um candidato, que arregaçou as mangas e está disposto a cumprir o papel expectável num político de eleição: propor uma Visão exequível e consistente do futuro, mas também denunciar o perigo das opções pelas alternativas em jogo.
Faltando o ato, que muitos estão a desvalorizar, mas que acaba por ser o mais determinante - o da colocação do tal retângulo de papel dobrado em quatro numa urna de voto - é evidente que Marcelo arrisca o ridículo ao apresentar-se nas entrevistas com um fundo institucional, em contradição com a imagem acumulada nos últimos anos e, sobretudo, ao anunciar-se já como presidente daqui a algumas semanas.
Após episódios como o do mergulho no Tejo, o candidato de passos coelho e de paulo portas não imagina o tamanho da desilusão, que será o da noite em que tiver de dar os parabéns ao vencedor da segunda volta das Presidenciais. Será espetáculo imperdível para 2016, com direito a Óscar para a melhor comédia de enganos do ano...
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