A resolução da crise do Banif, através da sua venda ao Banco Santander, demonstrou o que já se sabia, mas muitos portugueses não quiseram ver até ao dia 4 de outubro: por motivos eleitoralistas, e mesmo sabendo dos custos agravados, que implicariam para os contribuintes, passos coelho e paulo portas escusaram-se a cumprir as suas obrigações e tornaram-se responsáveis pelo adiamento de um caso, que exigia medidas atempadas. Contaram, igualmente, com o conluio do governador do Banco de Portugal, que demonstrou ser um erro de casting por incompetência, negligência ou intenção ideológica, muito embora permaneça agarrado a um cargo, onde sempre tem favorecido a direita, nomeadamente recrutando pessoas dessa área política, como ocorreu com o filho de durão barroso.
Em contraponto, os portugueses constatam ter hoje um primeiro-ministro corajoso, que chama a si a resolução dos problemas mais complicados sem se escudar nos «reguladores» e não teme transmitir-lhes as razões das suas decisões com a devida transparência. Que contraste com o antecessor, que teve meses para limitar os custos da operação agora concluída e a deixou como «herança» para quem lhe sucedeu!
As primeiras semanas deste Governo têm sido férteis em demonstrações quanto a vivermos num tempo novo, de efetiva rutura com a autocracia e a nebulosidade dos comportamentos anteriores. Daí que, sem dispor de boa parte dos meios de difusão das suas mentiras, seja provável um progressivo definhamento da direita nas sondagens, gerando as condições propícias para a contestação às suas lideranças.
Será nessa altura que a identidade de quem estiver em Belém ganhará particular acutilância: é que marcelo não mexerá um dedo para defender passos coelho ou paulo portas, mas terá a tentação de o fazer se o PSD e o CDS tiverem lideranças com que sinta maiores afinidades.
É por isso que importará aos que se identificam com a nova maioria parlamentar não se deixarem iludir com os discursos assertivos do candidato da direita em relação às decisões de António Costa: vivemos uma transformação ainda demasiado frágil e sujeita a muitas dificuldades, sabotagens e obstáculos. É isso que torna tão crucial a questão presidencial: os que pretendem ver consolidada a mudança agora em curso, só poderão apostar no candidato mais identificado com ela - António Sampaio da Nóvoa.
Não nos faltem pois as energias para o levar à vitória...
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