A primeira vitória já está! A primeira de muitas, que esperamos ver concretizadas nos próximos meses. E, ademais, para designar como segunda figura do Estado um político da estatura de Eduardo Ferro Rodrigues, homem integro, que esteve ativamente envolvido na luta contra o fascismo e sempre norteou o seu percurso político, depois de abril, segundo uma constante preocupação por um país mais justo e igualitário. Nesse sentido foi um privilégio tê-lo como secretário-geral do PS, mesmo não vivendo a grande vitória eleitoral, que mereceria.
Mas a sessão inaugural da nova legislatura não foi, apenas, a oportunidade para vivermos essa tal primeira de muitas vitórias. Porque Eduardo Ferro Rodrigues e António Costa fizeram discursos contundentes contra uma direita ressabiada, que viu esboroar-se a esperança em ver a unidade do grupo parlamentar socialista posta em causa.
Se cavaco silva tivera o arrojo de invocar essa possibilidade para fundamentar a indigitação de passos coelho, criando alguma expetativa nos seus apoiantes, a eleição de Ferro Rodrigues à primeira volta foi uma resposta de luva branca, que deve ter repercutido como se fosse feita de aço.
Mas, igualmente eloquente o discurso de Pedro Filipe Soares, que lembrou a inexistência de qualquer estátua na Assembleia a essa tal tradição, que constitui a única boia (mesmo que furada…) a que a maioria ainda se agarra. Porque até o argumento de ter sido sempre eleito como Presidente da Assembleia da República, um deputado do Partido com o maior grupo parlamentar, foi lapidarmente desmentido por João Oliveira (PCP) ao lembrar o caso de Francisco de Oliveira Dias, do CDS, entre 1981 e 1982.
Façamos votos para que esteja a iniciar-se uma longa travessia no deserto para esta direita, que se extremou nos últimos anos, ao virar costas a muitos requisitos democráticos...
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