1. As televisões até vão colaborando com a farsa de se julgar o PáF com grande capacidade mobilizadora.
Ontem, em Viseu , não houve cavaquistão, nem páfistão, nem passistão, como reclamaram os vendedores de banha da cobra da direita. Pelo contrário, a arruada durou quinze minutos, porque o povo, convidado a nela participar, não apareceu.
Relato de Sofia Rodrigues no «Público»:
«Na cabeça de muitos estava o mar de gente de há quatro anos, quando Passos Coelho era líder da oposição. Uma apoiante, com um lenço da coligação ao pescoço, comentava com algum desânimo: “Eu esperava mais gente”. Outra, ao lado, justificava: “As pessoas estão muito desiludidas com a política”. À hora marcada — às 18h — o histórico autarca e hoje eurodeputado Fernando Ruas concordou que há “distanciamento” e dizia ainda esperar que a rua se enchesse. Mas isso não aconteceu.»
Se esta aversão do povo à campanha ocorresse com o PS já adivinharíamos o que diriam as televisões: que António Costa estaria com falta de fôlego e se justificariam assim as previsões das tracking polls!
As televisões também deixaram passar em claro o uso escandaloso que passos coelho fez de um crucifixo, estrategicamente guardado no bolso para influenciar o voto das populações mais dadas à religião. Logo ele sobre quem o ex-padrinho angelo correia nunca adivinhara qualquer propensão religiosa...
2. Têm sido curiosos os sucessivos, e quase diários. apelos a Jerónimo de Sousa para que deixe de se focalizar no combate ao Partido Socialista e se concentre na bem mais relevante tarefa de correr com a direita no poder.
O tema já está a incomodar o secretário-geral do PCP, que vai sentindo dificuldade em explicar a razão de ser da sua aliança estratégica com a direita. Imitando o seu potencial sucessor Bernardino que, em Loures, fez coligação com a direita contra o PS, Jerónimo prefere a derrota de António Costa à possibilidade deste, enquanto primeiro-ministro, pôr termo ao austericídio a que os portugueses têm sido sujeitos...
3. A notícia da tarde é a decisão de cavaco silva em não participar nas comemorações da implantação da República.
O que temerá? Imaginará que multidões se vão dele despedir com epítetos merecidos na sequência do extravasar de emoções da noite anterior? Se é isso, porque decidiu marcar as eleições para tal data?
O ainda inquilino de Belém, que deixa uma marca tremendamente negra da sua passagem pela vida dos portugueses nestes últimos trinta anos, preferirá sair de uma barca arrombada - a da direita derrotada na véspera! - como os ratos costumam fazer das que se estão a afundar!
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