É inevitável: se por mero acaso o zapping me leva ao programa de josé gomes ferreira não aguento nele mais do que uns segundos. Mas, anteontem, enquanto entrevistava o líder dos patrões da CIP era evidente o susto, que lhe causara a reunião entre António Costa e Jerónimo de Sousa.
Então a direita não tinha ganho as eleições? Afinal o PS não vai assinar um acordo que garanta a possibilidade de passos e portas continuarem a fazer as suas tropelias nos próximos quatro anos? Segundo as suas palavras «um senhor» tinha, nessa tarde, lançado a inquietação e posto em causa o rumo, que ele tanto desejaria ver prosseguido.
Depois do sobressalto segurista - momentaneamente silenciado pelo ruidoso coro, que se levantou contra os belezas e os assunções ribeiros - António Costa está decidido a demonstrar a razão porque é considerado o mais arguto político da sua geração. O facto de ter anunciado reuniões com o PCP e com o Bloco antes de deparar com passos e portas de cócoras e a oferecerem-lhe tudo e mais cinco tostões para que os deixe a tomar conta do pote, só contribuiu para que o seu peso negocial seja bem mais forte.
Se a direita julgaria bastar dar o cargo de presidente da Assembleia da República a um socialista, Costa sabe garantido esse objetivo com os votos de comunistas e bloquistas. Que serão igualmente determinantes para assegurar a derrota de marcelo depois de afastada a perfídia de maria de belém na tentativa de abrir caminho a nova investida dos seguristas. A única personalidade capaz de garantir o apoio de toda a esquerda na segunda volta das presidenciais é o Prof. Sampaio da Nóvoa e será ele quem possui o carácter, a cultura e a sagacidade necessárias para ser a primeira figura do Estado.
Os próximos meses serão exaltantes de viver a nível político. Porque se Augusto Santos Silva confessou um dia o gosto em malhar na direita, eu sinto-me mais perverso na grata observação de a ver apodrecer nos seus próprios labirintos. Consiga ou não formar um novo governo...
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