Todos os dias vão surgindo noticias de decisões apressadas, assumidas pelo governo no sentido de tornar irreversíveis, em todos os setores da atividade que controla, as estratégias ideológicas, que lhe estão na natureza.
Embora sem a visibilidade da TAP ou das concessões dos transportes públicos a empresas privadas, é igualmente danosa para o interesse coletivo a decisão do Ministério da Saúde em desativar, até 31 de julho, quatro laboratórios de saúde pública.
O que o ministério da saúde pretende, através da deliberação tomada pelo secretário de estado leal da costa, é o desmantelamento de uma rede de organismos criada nos anos 70 e incumbida de acompanhar continuamente a qualidade da água distribuída para consumo humano, para piscinas ou em zonas balneares, identificar a origem de eventuais surtos de infeções com origem alimentar ou do tipo da legionella e monitorizar a evolução dos índices de tuberculose na população.
Trata-se de mais um episódio lamentável do ódio desta equipa ministerial por tudo quanto represente o Estado, onde quer que ele se manifeste na sua responsabilidade reguladora.
Já nem se trata da antiga direita conservadora, que fazia tudo para que o mercado maximizasse os seus lucros, mas tinha a consciência da importância de uma intervenção forte do Estado na aferição da qualidade e do controle dos bens e serviços comercializados. Temos em passos coelho uma verdadeira postura de extrema-direita puxando da pistola e disparando, quando se identifica algo que tenha a ver com instituições públicas. O tenebroso Tea Party não age de maneira distinta desta.
É crível que, nos longos meses ainda em falta até às eleições, esta horda de vândalos irá causar muitos mais estragos sob a complacência de quem, em Belém, assiste indiferente à destruição de quanto sucessivas gerações esforçadas andaram a construir...
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