Não há como negar a realidade: mesmo auferindo de remunerações superiores às pagas aos portugueses, os pensionistas gregos foram sujeitos a uma violenta redução do seu nível de vida, que torna inaceitável qualquer sacrifício adicional.
Desde que a crise começou já sofreram cortes por cinco vezes. Se em 2009 o valor médio de uma pensão de reforma era de 1350 euros, hoje reduziu-se para 833 euros mensais, com 45% a auferirem valores inferiores a 665 euros.
Numa economia que viu o seu PIB reduzir-se 25%, fazendo galopar o número de desempregados, esses reformados são, em muitos casos, a única fonte de rendimento de famílias numerosas, que incluem os filhos e seus conjugues, mais os netos.
É por tal razão que Tsipras e Varoufakis recusam a chantagem e os ultimatos dos credores. Depois de terem sido os arautos de uma esperança reconquistada com a derrota dos colaboracionistas, eles não abdicam da defesa da honra e da dignidade do povo que os elegeu.
E, muito embora, de forma indecente, os partidos da Internacional Socialista lhes tenham virado as costas e os cidadãos dos outros países, igualmente a contas com espartilhos semelhantes, não tenham vindo manifestar-se ruidosamente para as ruas das capitais europeias, continua a ser uma evidência que os gregos estão a lutar denodadamente pelos nossos próprios direitos.
Conseguissem os credores impor a tal reestruturação, que exigem ao Sistema de Segurança Social grego, e maior força ganhariam para impor idêntica “solução” aos portugueses.
E vontade não lhes falta como o demonstra o “estudo” encomendado agora por mota soares para que ficasse “demonstrado” o que quer provar: que “não há alternativa à decisão já tomada por maria luís albuquerque de tirar 600 milhões de euros aos já depauperados reformados. Muito embora esse trabalho seja tão fraudulento nos seus pressupostos, que só pode convencer quem perdeu já qualquer sentido crítico e está disposto a acreditar em qualquer história da carochinha, que os ministros deste (des)governo lhes vão contando.
É por isso mesmo que, como reformado, faço votos para que, amanhã, custe o que venha a custar, Tsipras mantenha a postura de antes quebrar que torcer...
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