Hoje vi muito discutida a questão da sondagem da Universidade Católica, que dá à Coligação de direita a dianteira na preferência de votos dos portugueses em caso de eleições legislativas.
Perante estes indicadores vi socialistas assustados perante a possibilidade de tal cenário se colar à realidade em outubro e seguristas - aos quais não me arrisco a enquadrá-los na designação anterior - ufanos por julgarem confirmadas as suas teorias do verão passado.
Eu que já cá ando há uns bons anos e vi muito mundo, continuo na minha: a vitória do PS por maioria absoluta não só é desejável, como bastante provável.
Senão vejamos: não estamos há muito alerta com toda a estratégia montada em torno de gestão de notícias nos principais canais mediáticos destinadas a valorizar as mentiras de passos coelho e a subalternizar as propostas de António Costa? Por que devemos reagir perante uma sondagem como se ela tivesse alguma correspondência com a realidade e não estivesse enquadrada numa tentativa de dar substância à ideia de uma improvável recuperação da direita e de uma falsa descida do PS?
Pedro Magalhães - talvez o melhor especialista na matéria em Portugal - e que já dirigiu precisamente o centro de estudos da Universidade Católica não leva esta sondagem muito a sério no post, que publicou no seu excelente blogue: É cedo para dizer se a coligação está a subir: se assim for, isso terá forçosamente de ser confirmado nas próximas sondagens da Aximage e da Eurosondagem. Se elas não confirmarem isso, o resultado da Católica terá de ser interpretado ou como um acaso ou como um "house effect" específico da Católica em comparação com os restantes.
E o mesmo cientista desmente, igualmente, uma eventual quebra nos apoios ao PS: Podemos gastar os rios de tinta e os biliões de píxels que quisermos sobre a "descida" do PS, mas até agora não se infere descida alguma. Imediatamente antes das Europeias, o PS estava estimado em 37,4%. Em Dezembro, 37%. Hoje está em 37,5%.
O próprio António Costa não pareceu muito preocupado, quando os jornalistas o interrogaram sobre a sondagem: ela nada altera em relação que já se sabia, ou seja, a necessidade de, daqui até às eleições, trabalhar sem descanso para alcançar o resultado desejado. E que até nem está longe como se depreende da própria sondagem da Católica: sete a oito por cento é o que falta para lá chegar.
E, se algumas sondagens surgem com resultados deste tipo por inspiração de qualquer marco antónio ou miguel relvas, elas até podem virar o feitiço contra o feiticeiro e levar os indecisos a optarem pelo PS mais facilmente só para evitarem o mal maior, o de terem de suportar passos coelho e paulo portas por mais quatro anos.
Uma palavra final para os ressabiados seguristas: só lembrar-lhes que a verdadeira sondagem, que derrubou o seu líder foi a da votação efetiva nas europeias e essa não deixou margem para dúvidas: 31,5%.
Que não venham agora alegar comparações entre sondagens virtuais, quando ainda não esquecemos o resultado conseguido nas urnas por uma direção que não tinha pressa alguma. Nesta altura é com todas as pressas, que devemos pugnar pela grande vitória nas próximas legislativas!!!
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