Este parte, aquele parte, e todos, todos se vão. São estas palavras de Rosalia de Castro, que Adriano Correia de Oliveira cantava antes do 25 de abril. A emigração por motivos económicos ou por razões políticas dava pleno sentido aos versos, pensados originalmente para o que se passava na Galiza, mas se enquadrava perfeitamente no Portugal salazarista.
Apesar de já termos conhecido, com cavaco silva enquanto primeiro-ministro, algumas políticas serôdias de cunho pós-salazarento, nunca essa aproximação se tornou tão evidente como com passos coelho. Embora ainda fosse um miúdo, quando a Revolução de Abril criou expectativas de um tipo de país bem mais agradável para viver, o ainda primeiro-ministro trouxe nos genes a influência ideológica do ditador de Santa Comba.
Não espanta assim, que políticas aproximadas criem efeitos semelhantes e isso deteta-se no Relatório agora apresentado pelo Instituto Nacional de Estatística em que se conclui ter existido uma significativa redução do número de habitantes em Portugal nos quatro anos mais recentes. Em dezembro viviam no país 10.374.822 pessoas, menos 198 mil do que em 2010.
A sangria de 5% da população teve uma consequência inevitável no seu envelhecimento, que está a aumentar a um ritmo inquietante: se em 2004 existiam 100 jovens para 108 idosos, dez anos depois estes já eram 141 para aquele índice de referência.
Pior ainda no que diz respeito à sustentabilidade da Segurança Social: em 2004 existiam 26 idosos por cada 100 pessoas em idade ativa. Em 2014 esse número crescera para 31.
Urge, pois, senão reverter esta tendência, pelo menos estacar-lhe a evolução, o que só se consegue com outras políticas de criação de emprego, de crescimento da economia e de apoio á natalidade. Ou seja com um governo com políticas rigorosamente antagónicas em relação ás deste de má memória...
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