Ao ouvir a excelente resposta que José Sócrates deu ao Ministério Público sobre a possibilidade de transitar para prisão domiciliária com pulseira eletrónica, recordei um dos mais belos poemas da língua portuguesa, aquele que Carlos Drummond de Andrade iniciou com a pergunta «E agora, José?»
Pode-se imaginar que, sem argumentos para justificarem o injustificável, rosário teixeira e carlos alexandre tenham querido atirar a bola para o lado do antigo primeiro-ministro, julgando-o numa festa acabada, já sem a utopia, como aquele José a quem se dirige o escritor brasileiro no seu poema.
Como em tudo que tem caracterizado este processo, enganaram-se: o libelo acusatório que Sócrates lhes endereça devolve-lhes a bola e coloca-os numa situação delicada. É caso, pois, para perguntar: E agora, carlos?
Perante esta nova demonstração da firmeza de carácter e de determinação do injustiçado, só podemos reiterar-lhe a nossa admiração. Como lembrava Miguel de Sousa Tavares na sua crónica semanal na SIC os 36ºC vividos por estes dias na exígua cela do Estabelecimento Prisional de Évora são um sacrifício suplementar aos muitos que lhe foram impostos nestes seis meses e meio.
Concluindo com outro belo poema da nossa língua, Sócrates demonstrou que é homem antes quebrar de torcer, mas d(est)a corte homem não é!!!
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